Depois de ontem, o dia dos três zeros, o mundo volta ao anormal, só pensando na seleção brasileira... sem se dar conta de que no final deste ano, seja qual for o resultado, poderá acontecer aqui no Brasil o efeito Le Pen.
Na França, se eu não me engano em 2003, o segundo turno das eleições se deu entre Jacques Chirac e Jean-Marie Le Pen. O primeiro era um político que já estava a trocentos anos no poder e o pessoal queria mesmo era votar em outro. O segundo, um político racista e xenófobo, que, mesmo agradando muita gente, poderia fazer a França virar motivo de piada ou ódio no resto do mundo. Resultado: com muita vergonha, os franceses admitiram que escolheram mal, e votaram no 'menos pior': Chirac, que cumpre seu mandato até agora.
Aqui no Brasil, Lula, o presidente que não sabia, vai acabar sendo reeleito, por pura ineficácia de seus adversários em fazer algo que se contraponha às idéias do homem de Guaranhuns. Estou totalmente perdido: PMDB apoiando o PT, Garotinho apoiando Alckmin, enfim, está uma salada russa geral. Sem falar que Lula, com todos os seus defeitos, ainda é apoiado por muita gente, gente essa que muito provavelmente o levará a um segundo mandato - talvez até no primeiro turno, e quem sabe no Planalto ecoará um grito: Fupa, FHF!!! (Fernando Henrique Cardoso venceu no primeiro turno, em 1994, com aquele horário eleitoral chatíssimo, e curiosamente, 12 anos depois, Lula poderá vir a fazer o mesmo em moldes semelhantes)
Isso se o pessoal do PRB não aprontar alguma surpresa. O partido, fundado este ano, e que tem como principal nome Marcelo Crivella (aquele, o bispo), tem uma curiosidade: seu número é 10. Desde que começou a numeração de partidos com dois dígitos, nunca houve um partido com número inferior a 11 (número do PP, ex-PPB, ex-PPR, ex-PDS, ex-Arena). E voltamos a nossa programação anormal!
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