5.2.06

Boa sorte!

A Folha de São Paulo está lançando mais um concurso que pretende revelar novos cartunistas. Eu sei como é essa história: Fábio Zimbres, vencedor da última edição, em 2001, fazia HQs desde os anos 70, e era conhecido de Laerte Coutinho. As tiras de FZ eram desprovidas de humor - bem ao contrário do pessoal que entrou depois, sem concurso, como Allan Sieber. E bem ao contrário do primeiro vencedor desse concurso, nos anos 80, Fernando Gonsales, que eu gosto pra caramba das tiras dele.
Zimbres acabou saindo de cena e dando lugar à Sieber e a outro que me fugiu o nome, que faz as tiras direto no computador.

Fiz parte desse concurso em 2001... e caí do cavalo. Laerte "soltou" algumas tiras de um personagem seu, Mutuca, que não aparecia faz tempos - isso na época em que as tiras dele ainda me faziam rir de vez em quando.
Pode parecer paranóia, mas senti que alguma coisa daquelas tiras tinha a ver com o material que eu havia mandado! Tudo o que me lembro é que Mutuca tinha a mania de assinar
as suas criações com o nome de outros cartunistas.
É que caí na besteira de fazer uma tira onde Ziraldo, Maurício de Souza e outros cartunistas comentavam uma frase infame dita na tira anterior (devia ter feito uma cóia do meu material antes de mandar pra lá!). O cara deve ter pensado que eu estava me achando o camisa 12 da seleção de 1970, a quarta pessoa da Trindade ou a última bolacha do pacote, e detestado tanto a ponto de, sei lá... Não sei. Não dá pra provar. Tudo o que tenho direito agora é o jus sperneandi. Laerte não era a única pessoa a julgar naquele concurso, mas talvez fosse a principal delas. Mas essa doeu pra caramba - mais que as porradas gratuitas que o "Leão" desfere em seus desafetos. Inclusive se o próprio estiver lendo e quiser se defender ou me mandar pra aquele lugar de vez, a hora é essa e os comentários estão abertos.

Fui esculachado de novo, ao mandar HQs de página inteira para o Folhateen, meses depois. Tenho a impressão de que foram as minhas contribuições que acabaram com o rodízio de novos cartunistas que o caderno pretendia fazer na última página. Mandei 5 HQs pra lá, todas em cores (não costumo fazer isso de forma analógica) onde até abri mão do meu estilo e dos meus personagens. Tudo em vão. Em mais uma charge, desta vez no caderno de telvisão, Laerte fez referência a uma HQ mandada por mim. A charge mostrava um templo da IURD virando uma sede do PCC, e os transeuntes diziam: "Pelo menos vão parar com aquela cantoria irritante". A HQ que eu mandei: Jaílson (o atual Ursinho Bupha) e sua namorada (a atual Florence Rockwell - vejam que eu abri mão até dos nomes dos meus personagens, ninguém faz isso!), que vivem como "apenas bons amigos", vivem um momento histórico, onde finalmente a namorada começa a se declarar. Jaílson comemora, até que bolhas coloridas surgem no horizonte, sua namorada se ergue nos ares como um pássaro, e ele descobre que estava sonhando, da forma mais nonsense possível.
Principalmente porquê atrás dele, várias personalidades da TV, como Philip Banks (da série Um Maluco no Pedaço) e o Seu Madruga, cantavam uma velha canção: "Eu celebrarei, cantando ao Senhor, e só nele me alegrarei... Eu o louvo, e o adoro, porquê tem triunfado..."
Essa música é mais conhecida por ter sido gravada pelo PADRE ZECA !!! Ou seja, o cara atirou no que viu e acertou três coelhos com uma bala só.

A quem quiser participar, boa sorte. Não vou me sujeitar a isso outra vez. Mesmo por quê, o meu estilo de desenho, de humor e dos meus personagens não combina em nada com os do pessoal que já está lá, imagino que é isso que eles estejam procurando, um "quinto amigo" (sei lá se o Caco Galhardo já fez alguma coisa com o 'trio parada dura' da Folha, o Iturrusgarai parece que já fez).
Faço personagens com apelo comercial (porque esse é o meu objetivo) que vivem em um mundo sem referências sequer a políticos daqui. Não me preocupo em ser um artista com sucesso de crítica ("Caleamão" nem pensar!). Tenho um senso de humor muito particular, onde o humor acontece até mesmo nos momentos mais dramáticos. E em momento algum com o meu trabalho quero fazer as pessoas se chocarem, sentirem nojo e/ou e caírem em depressão. Enfim, sou de outra geração, nasci em 1976, quando boa parte dos que estão aí possivelmente já estava em atividade. Uma pessoa como eu, eu sinto desde já, não interessa à Folha de São Paulo.

E é por tudo isso e muito mais que o meu veículo é a Internet, onde só quem pode me fechar a porta está lá em cima (o original, não o personagem da tira), além do pessoal do comitê gestor da Internet nos Estados Unidos, claro... Na Internet você não depende da opinião e dos gostos pessoais de NINGUÈM para expor os seus pensamentos para o mundo!

Tudo bem que os grandes nomes são ainda aqueles que nasceram no meio impresso. Mas isso é uma questão de tempo. A quem quiser participar, boa sorte e os meus votos de sucesso - sucesso MESMO, que você não seja mais um "coadjuvante" no meio de todos esses caras!
Saúdo os que me escutaram, e agradeço os que me ouviram.

http://igorcbarros.furry.com.br | http://www.geocities.com/igorcbarros

Um comentário:

Anônimo disse...

Agora que voce ta fazendo animazoes em flash, bem que vc podia concorrer ao AnimaMundiWeb (www.animamundiweb.com.br). É uma forma de vc se tornar mais conhecido...