11.9.07

Rede Rounded, o post oficial

Quando eu era criança, uma coisa que sempre me fascinava na televisão era: como é que eles colocavam aquelas letras na frente das imagens? E as que mais me chamavam a atenção eram (adivinha...) as da Rede Globo, por serem totalmente diferentes das outras e mais legíveis. Em algumas emissoras, como a TV Cultura, as letras eram totalmente brancas e só, como uma legenda de filme de cinema.

Achei que fosse vidro pintado, caneta de retroprojetor (sai um traço redondo, às vezes...), tudo, menos o mais óbvio: alguma coisa parecida com um computador. Máquina de escrever não era...

E comecei a desconfiar disso quando em 1983, no meio de um desenho do Pernalonga exibido no Balão Mágico (sério, na tela da Globo, velhinho!), um monte de letras “A” amarelas começam a tomar conta da tela, em vários tamanhos, e algumas delas com til!! O cara deve ter ficado feliz com o ‘brinquedo novo’, porquê a qualidade era excelente para a época e em comparação com outras emissoras (a TV Gazeta, saberia depois, usava como gerador de caracteres um painel de letras de plástico, como os de bares e lanchonetes!!!) Também, até acentuação tinha, não era fácil isso...
Eu sei lá quantos milhões a Globo gastava nessa área, nos Estados Unidos haviam emissoras com GCs bem, digamos, "podres" até uma década depois disso. (E no México, na mesma época, a Televisa tinha a estética de um trabalho escolar de um aluno sem computador em casa. Depois reclamam do Hans Donner...)

Essas letras que vazaram na tela já eram (saberia anos mais tarde, claro) na fonte Vag Rounded, o que mostra que tratava-se de um equipamento novo. O fato de elas aparecerem uma após a outra denuncia que elas foram geradas eletronicamente. (Qundo um título aparecia em "wipe", na TV em preto e branco, era uma trucagem usando cartolina ou algo assim...)
Anos depois eu comecei a entender o que eram esses tais de computadores, embora estes tivessem uma resolução ridícula perto da dos geradores de caracteres (GCs).
[PS: O popular PC-XT, bisavô do computador que você usa agora, tinha um modo gráfico monocromático de 720x400, sufciente para vídeo analógico, mas ele foi lançado no mercado apenas em 1983 e os GCs dos qual falamos são anteriores a essa data.]

Apesar do explicado acima, muitas das letras que se viam, principalmente em aberturas de novelas, eram impressas em papel (muito provavelmente compostas por transferíveis, "transfers", feitos sob encomenda, veja mais adiante) e filmadas por uma câmera, os GCs eletrônicos eram mais usados no jornalismo, e curiosamente eram "small caps", com maiúsculas de tamanho menor no lugar das minúsculas. Mas nunca houve nenhum ‘abismo’ de qualidade entre um e outro, em ambos os métodos a concorrência comia poeira.

Os títulos filmados geralmente apareciam inclinados nas aberturas dos anos 80, a partir de, se não me engano, Sol de Verão (vi pelo YouTube, não me lembro dessa novela, claro!) A mania dos títulos inclinados só parou depois da novela Mandala quando o pessoal notou que os títulos eletrônicos saíam bem melhor (mas há aberturas sem títulos inclinados antes disso, como a de Roque Santeiro, por exemplo.)
[EDIT: Veja as aberturas de quaisquer dessas novelas em ótima qualidade direto da fonte, o site Memória Globo. O YouTube, por outro lado, fica com a abertura de "O Amor é Nosso", que a Globo, sabe-se lá por quê, teria descartado. Ah, isso rendia outro blog...]

E EU COM ISSO?...

Em 1995 eu passei a ter o meu primeiro computador com Windows 3.1, e me chamou a atenção ter encontrado, em um CD de fontes TrueType, a fonte Vag Rounded (também Vagabond, Volkswagen ou Vogue Rounded).

Esta fonte, no Brasil, é muito associada á Rede Globo, que a usa desde 1976, quando Hans Donner começou a trabalhar na emissora, diversas fontes (Vag Rounded, Frankfurter…) com terminações arredondadas que fazem par com a Avant Garde, a fonte da logomarca da emissora. Aliás, Hans já criou várias fontes, mas não são nenhuma das que estamos falando, só a GloboFace, que veremos mais adiante. (Como eu sei?! No site oficial do designer está a seção "Tipografia", que mostra fontes na categoria "display", e em nenhum momento é citada essa, de categoria "texto", que com certeza, seria a fonte mais importante de sua lavra! A não ser a GloboFace, sobre a qual falaremos depois.)

Em 1976, na abertura da novela Anjo Mau, pela primeira vez, não foi usada a fonte usual da Rede Globo até então (Eurostile Bold Expanded), e sim, outro tipo de letra - este, ao qual nos referimos agora, que lembrava a Futura, mas com cantos arredondados. Foi nessa época que estreou o logotipo da emissora em seu conceito atual, criado por Hans Donner, nas cores azul e ciano.
Essa abertura foi uma das últimas em preto e branco da emissora, e já usava equipamentos que seriam usados em aberturas em cores, com efeitos que, em preto e branco, não seriam possíveis.

Daí - vendo isso no Video Show, nos anos 90 - que eu comecei a pensar em resgatar esse typeface “esquecido”. Afinal, pesquisei o que pude nos principais sites que vendem fontes comerciais e constatei que, oficialmente, essa fonte não existia em formato digital, simplesmente - sendo que há indícios que ela já foi impressa (painéis no palco do programa Moacyr Franco Show, por exemplo, além da sinalização visual nos corredores do jornal O Globo), e mais: era com essa fonte que era dado o endereço do fabricante da Maionese Hellmann’s (Refinações de Milho Brasil) até meados dos anos 90! Devia ter guardado aquela tampa, seria uma referência e tanto…
Até em inocentes anotações em papel eram com essa fonte: por exemplo, no programa dos Trapalhões, Didi tirava da boca de Zacarias um papel escrito "TUDO BEM", e ele dizia: "Você tirou as palavras da minha boca!" E as palavras eram com esse tipo de letra, com certeza executado através de transfers sob encomenda (a empresa Letraset ainda faz isso nos dias atuais). Ah, se tivesse sobrado uma folhinha dessas e alguém tivesse escaneado em 7200 dpi....

E como recriar essa fonte em formato digital, então? Primeiro, em 2004, eu ‘adaptei’ uma fonte Futura Heavy colocando cantos arredondados à duras penas, no próprio programa de edição de fontes. Consegui, mas alguma coisa não deu certo… lembrava a fonte que a própria Globo fez a partir de 2001 e passou a usar junto com as variantes originais da Futura, com cantos quadrados. A fonte é usada atualmente nos telejornais da emissora e ‘tenta’ - sem muito sucesso - remeter á fonte que estamos falando. Sem muito sucesso, porque essa seria, sim, literalmente, uma “Futura Rounded”. Foram feitos, inclusive, arredondamentos em outras variantes da Futura, como a Futura Condensed. Eu sabia que a VAG Rounded não era “aquela” fonte, pelas poucas imagens que eu via no Vídeo Show e pelo que eu via em reprises de minisséries e especiais, nas comemorações dos 30 anos da emissora.

Segundo o site Myfonts.com, a fonte Vag Rounded foi desenhada em 1979, por Gerry Barney, para a Volkswagen (VAG deve ser Volkswagen AG).

Em 2006, a Internet já havia sido varrida pelo furacão YouTube. E vendo a quantidade de coisas que estavam lá mostrando essas letras (incluindo coisas de fora da Globo, como comerciais da época), cheguei a conclusão de que poderia fazer uma fonte muito mais idêntica ao original. Desta vez, fazendo a fonte a partir do zero, usando um programa gráfico, traçando linhas em um “grid”, com o próprio programa fazendo os cantos arredondados das linhas, que era o mais difícil.Parece fácil assim? É, seria se a fonte em questão fosse “Avant Garde Rounded” - a Avant Garde é a fonte com formas mais básicas que existe, pelo menos nas maiúsculas, foi assim que eu fiz a logomarca da Salt Cover. Mas não, essa fonte tem suas manhas, algumas sutilezas, que incrivelmente a tornam muito original!

No final das contas, a fonte se parece muito pouco com a Futura. Palmas para seu desconhecido designer original (se bem que eu desconfio fortemente do próprio Gerry Barney, futuro criador da VAG Rounded).
No entanto, o fator YouTube não pesou tanto assim, eu mesmo tenho em casa algumas coisas gravadas que poderiam também ser referências, como os longos créditos de um especial musical de 1987, por exemplo - mas é pouca coisa, não sou nenhum José Marques Neto...
E desde 2008, depois que eu encerrei os trabalhos, eu "terei" referências melhores, com as aberturas de novelas que podem ser vistas em excelente qualidade no site Memória Globo.
Aliás, fica aqui a minha sugestão para que eles próprios falem sobre este assunto, na seção "Cronologia", que ainda está em construção.

Foram muitas comparações com imagens, muitos testes em programas de edição de vídeo, muitas fontes que eu fiz não se pareciam nada… algumas letras foram muito difíceis de ‘matar a charada’ porquê elas se distorciam por causa dos vídeos e do próprio equipamento usado para fazer a superposição das letras, que consegue mudar a espessura das letras ou deixá-las borradas (geralmente a mesa de corte e efeitos - alguns GCs, antigamente, só geravam letras brancas sobre fundo preto, e as cores eram geradas todas pelas mesas de corte e efeitos, que faziam a superposição com cores e sombras, e parece que esse era o caso da Rede Globo. Os switchers analógicos da Panasonic WJ-MX20 e WJ-MX50, que muitas produtoras de vídeo já tiveram, fazem isso.)

Mas nos GCs eletrônicos da Rede Globo, dos anos 70, as bordas pretas eram criadas simultaneamente com as letras, sem depender de outros equipamentos. O que é surpreendente: não é qualquer computador que fazia isso, devido ao problema conhecido como confronto de atributos. A prova disso? Há um final de novela onde uma atriz - vestida de 'anjo' porquê sua personagem já havia morrido - brinca com a palavra "FIM" e, em alguns momentos, os traços pretos em volta dos caracteres aparecem cortados junto com os mesmos. Usando o método da câmera de títulos, qualquer coisa que estiver na frente da câmera apareceria completamente cercada por um traço preto (ou por uma sombra, dependendo do estilo que estiver selecionado.)

Enfim, acho que consegui. Se existem diferenças, elas só serão perceptíveis para os idealizadores dessa fonte, dos equipamentos ou os operadores de GC veteranos da emissora.

Os três ou quatro: isso se a Globo tiver o parafuso no lugar, não como a Manchete, que tinha, só no Rio, 20 operadores de GC, em uma época onde já existiam infomerciais e eles estavam indo à bancarrota... O quê, você é um deles? Você pode nos ser útil, veja mais adiante!

Eram usados vários equipamentos de geração de caracteres na Rede Globo, as letras eram ligeiramente diferentes em cada um deles (d'ohh). No canal que eu assisto (Globo São Paulo), haviam pelo menos dois, e um deles, idêntico a um dos da matriz da emissora. Até me intriga como eles conseguiam adaptar tantos equipamentos diferentes para fazer aquelas letras... E em todos eles o logo da emissora em preto e branco era um dos caracteres, em cada um dos tamanhos menores.

O que foi tomado como base para este projeto começou a ser usado em 1981 (pessoal da Globo, reparem quando começam os episódios do seriado Obrigado, Doutor: alguns deles foram feitos com um GC mais antigo e outros foram feitos com esse), e foi o GC oficial das aberturas das novelas até 1995, em “A Próxima Vítima”, tendo sido muito usado em chamadas, no começo da década. Além de ter sido usado mais ostensivamente no programa TV Pirata, em 1987 e 1988, e usado sobretudo em legendagem de filmes, quando feita pela própria emissora (como em Casablanca e traduções de músicas em A Noviça Rebelde, Nos Tempos da Brilhantina, etc.). Sempre em preto e branco, ou com uma cor qualquer de cada vez, gerada pelo equipamento que fazia o superimpose.

As variações desta fonte, Rede Rounded [série A], de espessuras diferentes são baseadas no tamanho original que as fontes tinham na tela. Medi 3 tamanhos diferentes, na maioria das vezes: 23, 29 e 45 pontos para 720×480 em 72 dpi, e em todos nota-se que o “traço” da fonte seria idêntico só aumentando o tamanho das letras, o que reforça as minhas suspeitas de que elas seriam bitmaps (feitas de pixels, em vez de vetores - sei lá se havia tecnologia para tipos vetoriais na época…) Depois que eu ‘encerrei os trabalhos’ por enquanto, descobri que havia um quarto tamanho, intermediário entre 29 e 45 pontos, mas esse era muito pouco usado, aparentemente era a mesma fonte de 45 pt. mas em “small caps”, já que nunca se viu letras minúsculas nesse tamanho, e nem o caractere símbolo da emissora.

Esse gerador de caracteres foi visto pela última vez na abertura da novela A Próxima Vítima, em 1995. Nesse ano, a Rede Globo estava se mudando para o Projac, onde foram introduzidos equipamentos novos, que nitidamente já usavam fontes TrueType e aposentaram os antigos de vez.

Onde será que está esse gerador de caracteres hoje? O que sobrou dele? Alguém sabe? Nem precisa dizer a marca, ré, ré... (muito provavelmente é Chyron, a marca líder desse mercado). Escreva pra gente ou comente este post!

O GC que era usado durante as sessões de filmes, nos anos 80, dizendo os títulos, já usava a fonte Vag Rounded, não me lembro de ter visto isso com outra fonte, nem mesmo quando as letras tinham contornos pretos, no começo da década. A propósito, essa parte é caprichada: em filmes dublados em que aparecem diálogos em língua estrangeira com legendas, eles só soltam isso depois que as legendas saem de cena.

EI, VOCÊ É EX-OPERADOR DE GC DA REDE MANCHETE? VOCÊ PODE SABER QUE EQUIPAMENTO É ESSE!

Desconfio que a Rede Manchete também tinha esse gerador de caracteres, mas usado com outro tipo de letra bem mais conhecido, Korinna (no começo, também a fonte Handel Gothic). Além da qualidade ser semelhante, as legendagens de fitas VHS da Globo Vídeo eram com essa fonte, mas as traduções de coisas que apareciam na tela (convencionalmente em letras maiúsculas) eram... adivinha? Com a fonte que nós perseguimos!!

A SEGUIR, CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS

Em 1992, o Fantástico e o Jornal Nacional começaram a usar um gerador de caracteres que, com certeza, usava fontes TrueType (só pode ser, devido a imensa variedade de fontes que se via nele - nesse era usada a fonte Vag Rounded, mesmo) com direito a anti-aliasing, mas que por muitos anos, só ficou disponível para o jornalismo. Nessa época estreou uma característica que a Globo usou e abusou nos anos 90, as imagens com degradês de canal Alpha - esse estilo chegou a ser imitado até mesmo por campanhas políticas.
(Pelo muito pouco que eu consegui averiguar, nos GCs da velha guarda que não eram computadorizados, como os da Chyron, cada tipo de letra era uma placa de circuito impresso colocada em um slot do equipamento.)

E desde 2001, o jornalismo usa as variantes modificadas da Futura, como falamos acima. Em 2006, o Jornal Nacional deixa de usar um GC convencional e passa a usar o equipamento de cenário virtual da Orad que era usado nas transmissões esportivas (talvez pelo motivo que a Record tivesse comprado um igual a esse...). Os caracteres perdem um pouco de definição.

Desde 2005, a TV brasileira de repente se tocou de que o uso de fontes com terminações arredondadas era uma exclusividade da Globo, e de repente, TV Cultura, SBT, Record e Gazeta passaram a usar a Vag Rounded, inphelismente sem imitar direito e sem resultados muito satisfatórios... A pioneira nesse aspecto é a RedeTV!, que usa essa fonte desde 2002. Esse foi um dos motivos que me fizeram recriar essa fonte antiga, que ao contrário da Vag Rounded, ninguém mais usou a não ser a Rede Globo.

TV MULHER

Uma curiosidade: O programa TV Mulher era possivelmente o único programa da Rede Globo que não usava esse tipo de letra em seu GC, usando uma família tipográfica bem mais comum, conhecida como Busorama ou Omnibus, mas com algumas letras tombadas pro lado (que nem acontece com a fonte Avant Garde.) Eu notei isso na própria época... claro que sem saber o que era Busorama, nem Bold, nem Italic, eu só tinha uns 6 anos! Bem, isso, pelo menos em São Paulo, onde foi gravada a primeira abertura desse programa.

Em novelas, uma novela dessa mesma época, cujo nome me escapou e eu preciso correr atrás, usava a fonte Serif Gothic em sua abertura. Pelo visto, foi só aí: a seguinte já tinha a tal fonte de terminações arredondadas.


EI, JÁ OUVIU FALAR EM “FONTES CORPORATIVAS”? É POR ISSO QUE VOCÊ NÃO VIU A FONTE À VENDA NO MYFONTS, MANÉ!
Existe realmente uma fonte corporativa na Rede Globo, atualmente, chamada GloboFace, e que é usada nas atuais aberturas de novelas, a partir de 2005. Só que essa… “também não é aquela”: é uma versão da Vag Rounded com circunferências ‘absolutas’ onde a VAG original é oval, como nas letras C, G, O, a, e, g, etc. Esta fonte, agora sim, foi idealizada por Hans Donner.
E essa está pouco disseminada até mesmo dentro da própria Globo: a novela das 8 usa essa fonte, já o Casseta & Planeta e o Toma Lá Dá Cá usam a VAG Rounded tradicional [EDIT: isto até a estréia da temporada 2008, e no caso do segundo.]
A GloboFace pode ser vista impressa em anúncios como a página semanal da Globo Filmes, publicada em alguns jornais.

Não acredito que a fonte em questão, antecessora da GloboFace, fosse uma fonte corporativa: as corporativas tem um uso muito mais amplo do que identidade visual de TV e sinalização, elas também são usadas em documentos impressos, inclusive memorandos internos! E pelo pouco que eu vi, essa parte teria sido na base da máquina de escrever, mesmo, já que, convenhamos, a Globo (não a Rede, a “TV” Globo, lá da Rua Von Martius, Jardim Botânico, Rio de Janeiro) era bem menor do que a Volkswagen da Alemanha… Atualmente... não sei, vi esta semana uma matéria no Video Show que mostrava como eram os estúdios do Projac, e o que se via era um monte de papéis impressos em Arial e Times New Roman. A GloboFace é figurinha difícil até mesmo no site Globo.com, que usa a fonte Vag Rounded na maioria das logomarcas.

A NOVELA AINDA NÃO ACABOU: REDE ROUNDED SÉRIE B
Esta fonte é diferente da série anterior porquê, em vez de ser feita para se parecer exatamente com o gerador de caracteres, ela é uma fonte normal, para sair bem em qualquer tamanho. Veja aqui. Se você quiser usar em vídeos, eu recomendo as B5 e B7. O "emagrecimento" da fonte mostra que, realmente, não se trata de uma versão arredondada da Futura.

E sites de fontes TrueType gratuitas estão convidados a incluir a Rede Rounded em seu elenco!

Um comentário:

Ari Silveira disse...

"Muitas letras que se viam (…) eram impressas em papel mesmo"
Igor, vc lembra daquelas cartelas de letras transferíveis (Letraset, Mecanorma, Decadry)? Era assim que eles faziam a os créditos que não eram feitos no CG. As letras brancas eram transferidas para cartões pretos, logos e artes também eram feitas em branco sobre preto, a câmera captava a imagem e a mesa de efeitos (swtcher) recortava usando um efeito chamado "luma key". As letras brancas podiam ser modificadas eletronicamente para qualquer outra cor. Nas mesas Grass Valley, usadas pela Globo a partir de meados dos anos 70, era possível colocar um contorno preto (border), uma sombra preta para a direita e para baixo (shadow) ou um contorno vazado em branco ou qualquer outra cor (outline). Esse efeito podia ser usado não só nos cartões, mas também em qualquer imagem. O efeito de luma key com border foi muito usado na abertura da primeira versão de "Anjo Mau" (1976), que vc citou no texto.
Abraços