14.12.04

O senhor dos Babéis - Report Wesgo parte XIIII....

Falta de criatividade e sem poder hospedar imagens nesta coisa que a sociedade insiste em chamar de blog é isso, começo a copiar os outros. Coisa que já fiz muito, a começar pela voz de Paulo Francis e Sílvio Santos, mas deixa pra lá...
Mesmo sendo paulistano de nascimento, eu queria tratar de um assunto polêmico neste blog. Que Deus queira, deve continuar no ar, assim como o do Guardian.
Guardian Nemesis, que inveja de ti... Assim como você, já meti o pau em muitas pessoas e empresas na Internet, mas usando o meu próprio nome e me ferrei de verde e amarelo. Já tu, o mistério continua... Quase nada se sabe sobre Guardian Nemesis, que também é uma espécie de Kajuru dos fóruns, já foi banido de vários, mas abapha o caso...
[
EDIT: Guardian está na ativa até hoje.]

O negócio é o seguinte. Tudo começou em 2003, quando eu (eu, Igor C. Barros) passava perto da estação Vila Mariana do metrô e estranhei uma adolescente toda vestida de vermelho, da cabeça aos pés, com um imenso chapéu. Eu fiquei pensando: "Mas não é possível, não existem cardeais mulheres no catolicismo!"... Não, não era uma cardeal, mesmo que ela estivesse indo ao Colégio Madre Cabrini. Era uma cosplayer.
No Madre Cabrini foi feito o primeiro evento Anime Friends, no qual entre outras coisas, haviam cosplayers, que é um pessoal que se veste de personagens de anime. Como a maioria dos personagens são humanóides, as pessoas se vestem sem maiores complicações - ou não, e o pessoal que se veste de Cavaleiros do Zodíaco?...

Bom, mas enfim, fiquei matutando que cardeal seria aquela... até que, meses depois, escarafunchando a Internet e vendo através do blog Malanimes, da Rede Malas, me deparei com o blog de Guardian Nemesis, que me explicou a lambança. Já em 2004, o mesmo organizador, Eduardo Takashi Tikazawa, dono da Yamato Comunicações [atualmente com o inacreditável nome de Yamato Corp.], organizou a segunda edição desse evento, e pretendia sediá-lo em outro colégio, o colégio Salesiano. Mâs...

Os padres salesianos foram buscar referências a respeito da Yamato, e não sei se pela internet ou mesmo via correspondência, telefone, sei lá, chegaram ao Madre Cabrini, que, digamos, não recomendou o evento ao colégio Salesiano.
No Madre Cabrini, entre outras coisas, havia um pequeno jardim que era cuidado pela Madre Superiora. O jardim foi totalmente zoado pelos participantes do AF 2003... talvez porquê ele não foi isolado, sei lá, com cones, faixas, etc.
Meu irmão estudou em outro colégio de freiras, por isso eu entendo a Madre Superiora nesse caso...

O estrago estava feito. Os salesianos não concordaram com a realização do AF 2004 lá. E Tikazawa teve de se virar para alugar outro espaço para o evento. Mas os espaços que não são colégios cobram muito mais, sendo assim, teria de ser um lugar menor. Muito menor.

Muitos falam que o Japão é meio que uma Itu ao contrário. Bom, eu não acho, tem cada estúdio de TV gigantesco por lá... De qualquer forma, o Anime Friends 2004 foi, digamos, miniaturizado. Mas só o espaço, já o resto... O evento foi anunciado em diversos meios de comunicação, o que acabou gerando uma fila de mais de 2 mil pessoas em frente ao local: o Espaço das Américas. Um lugar onde, se não tivesse nada colocado dentro, caberiam 8 mil pessoas. 8 mil pessoas sem nada pra fazer: sem alto-falantes, telões, stands, nada. Mas estavam todos ali... E sem poder utilizar o espaço do estacionamento, onde foi prometido a alguns expositores que haveriam estandes por lá.
[EDIT: Defendo que o Espaço das Américas seja utilizado para eventos CH!!!]

Bem, o que aconteceu. O evento ganhou vários apelidos: Enemy Friends, Anime Forno, Anime Frente (todo mundo só ficava na frente e não podia entrar), Anime Friends da Onça, etc, etc. Muitos gostaram, porquê chegaram cedo e não tinham que dar satisfações aos pais. Outros detestaram, vieram de longe e ficaram do lado de fora, na chuva - sim, choveu em alguns dias!
Eu disse Anime Forno? É porquê ia entrando gente sem parar! O número dos ingressos não era limitado, fora um acidente, um curto-circuito que parou os ventiladores do Anime Why Can We Be Friends. Não estive lá. Mas a riqueza de detalhes do blog do Guardian me deixou a par de tudo...

O pior veio depois. Os organizadores afirmaram que 11 mil pessoas estiveram lá dentro, em um local onde cabiam tuxando e vergando as paredes 2400 pessoas apenas. 11 mil pessoas é público de jogo de futebol no Morumbi!

E o que mais me chamou a atenção é que a empresa que organizou esse e vários outros eventos, como Ressaca Friends, Dragon Fault, etc. etc. disso eu não entendo bem, mas os caras dão um banho de marketing em empresas como a Disney - sabe, esse tipo de empresas que costumam falar demais...
[EDIT: Apesar dessa mancada federal no AF 2005, os eventos seguintes da Yamato começariam a conquistar o público e hoje em dia são bem mais raras as críticas. E não é verdade que os colégios estariam se fechando à eventos como esse, muito pelo contrário. Alguns afirmam até que Takashi Tikazawa já tem uma espécie de fã-clube... Atualmente, há mais de 8 eventos de fãs de cultura japonesa durante o ano, e isso só contando o eixo Rio-São Paulo.]

GUILHERME BRIGGS: VÍTIMA DA YAMATO?
Mas uma consequência de tudo isso me machucou e me atingiu. Pretendia entrar em contato com o dublador e desenhista Guilherme Briggs. Briggs é do Rio de Janeiro, e dubla o Freakazoid e o Cosmo dos Padrinhos Mágicos.
Briggs tinha um site e um fórum legal pra caramba, onde se falava de dublagem sem ressentimentos e brigas como no Fórum Dublagem no Brasil - me desculpem vocês aqui de SP, mas esta é a minha opinião de peru de fora.
Ambos desapareceram. Briggs, aparentemente, estava se chocando com Tikazawa por não concordar com um suposto concurso que premiaria os melhores dubladores de animes, do Rio e de São Paulo.
Para você ter uma idéia, o troféu era ROTATIVO - havia apenas um único troféu, que passava do premiado para a pessoa que iria entregar o troféu ao premiado seguinte, e assim substantivamente, como diria o Chaves.

Uma pena.. Pensava em Briggs como o grande parceiro que eu buscava na Internet desde 1997. Assim como existem Sullivan e Massadas, Gepp e Maia, Lennon e McCartney, Simon e Garfunkel, Chitãozinho e Xororó, até hoje eu não me clorofórmio em ser apenas Igor & C. Barros. E por obra e graça do Tikazawa - senão, quem que teria detonado todos os sites dele?! - continuo sendo o cartunista solitário da Internet.

E pela Internet, ecoa um grito com sotaque paulistano:
"Guilherme Briggs... ONDE ESTÁ VOCÊ?!...."

Tchê End
[ EDIT: Briggs continua desaparecido. Quem tiver informações, por favor, ligue para o Linha Direta ! ]

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